Dezanove mil famílias carenciadas da comuna do Lunje, município do Bailundo, província do Huambo, foram cadastradas para beneficiarem do Programa de Fortalecimento de Protecção Social (Kwenda).
O Programa de Fortalecimento de Protecção Social “Kwenda” prevê assistir, no município do Bailundo, um total de 80.670 famílias carenciadas, segundo a Angop. Ora, se o concelho do Bailundo tem cerca de 380 mil habitantes, se cada família tem – no mínimo – quatro pessoas, quer dizer que quase toda a população é carenciada. Isto ao fim de 47 anos de governo do MPLA.
A directora do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS) na província do Huambo, Chimuma de Oliveira, que falava à imprensa, disse que o Kwenda está a permitir a redução dos índices de pobreza nas famílias, com a transferência, de três em três meses, de um total de 25.500 Kwanzas para cada uma delas.
Disse também que, após o cadastramento, serão cumpridas algumas acções burocráticas, desde a escrita correcta dos nomes e das aldeias em que estão localizadas, de modo a não dificultar a entrega dos valores monetários.
Chimuma de Oliveira referiu que o processo contou com a ajuda da Administração municipal do Bailundo e da comissão de moradores, por ainda existirem dificuldades no acesso a algumas localidades e apelou às famílias para saberem usar o montante a ser entregue, nos próximos dias, pois visa, sobretudo, a promoção da auto-sustentabilidade.
Até ao momento, disse, foram cadastradas, no município do Bailundo, 13.737 famílias carenciadas da comuna de Luvemba, que já beneficiam das transferências sociais monetárias.
Por seu turno, o administrador comunal do Lunje, Adelino Cambuta, disse que a acção vai permitir o combate à pobreza na comunidade, numa altura em que já foram cadastradas maior parte das famílias vulneráveis das 164 aldeias da localidade.
Alertou aos beneficiários a utilizarem o dinheiro para a facilitação económica e desenvolvimento familiar, para que saiam da condição actual de carenciados.
Depois de cadastrado, o cidadão Azevedo Arão disse ser uma alegria constar do programa, pois os valores monetários vão resolver algumas necessidades básicas da família.
Horácio Chitumba, outro beneficiário do projecto Kwenda, enalteceu a iniciativa do Executivo angolano, por permitir o fortalecimento das famílias vulneráveis, de modo a fomentar as actividades económicas nas comunidades rurais, acrescentando que o montante a ser recebido vai contribuir na compra de animais para a actividade pecuária, de modos a facilitar na auto-sustentabilidade familiar.
O beneficiário Pedro Pessela disse que o kwenda vai aliviar as carências com que muitas famílias locais se debatem, bem como permitir o desenvolvimento de pequenas actividades económicas.
Na província do Huambo, até ao momento, um total de 76.527 famílias desfavorecidas dos municípios do Bailundo, Cachiungo, Londuimbali e Mungo, beneficiaram do Programa de Fortalecimento de Protecção Social “Kwenda”, em curso desde 2021.
O Kwenda é um programa do Executivo angolano, que visa criar políticas de apoio às famílias mais vulneráveis, com a duração de três anos e abrange quatro componentes, nomeadamente as Transferências Sociais Monetárias, a Inclusão Produtiva, a Municipalização da Acção Social e o reforço do Cadastro Social Único.
Segundo o Governo, é notório, nos últimos tempos, o crescimento nos sectores da Educação, Saúde e Habitação, proporcionando um desenvolvimento reforçado com a execução de projectos do Programa de Combate à Pobreza e do Plano de Intervenção nos Municípios (PIIM).
O administrador do Bailundo, Irineu Cândido Sacaála, destacou em Julho do ano passado que, nos últimos cinco anos, as acções do Governo da província do Huambo, permitiram mudar, significativamente, a vida das populações, com a construção de escolas com sete salas de aula em cada comuna, nomeadamente Hengue, Luvemba, Bimbe e Lunje, além de centros e postos de saúde em cada uma das quatro localidades.
Muitas escolas que antes eram comunitárias, construídas com material precário, estão a dar lugar a novas estruturas de carácter definitivo. Isso, segundo o administrador, está garantir melhor qualidade de ensino e aprendizagem da massa estudantil do Bailundo.
O sector da Educação no Bailundo tem registados cerca de 121 mil estudantes matriculados em todos os subsistemas de ensino. O município tem dois mil professores, considerados insuficientes, pelo que necessita de pelo menos de mais 785 professores e cerca de 157 escolas para fazer face à cobertura do município.
O administrador municipal explicou que a jurisdição conta, igualmente, com uma extensão universitária, afecta a um dos Institutos Superiores Politécnicos privados do mercado local, que está a absorver todos os estudantes que terminam o II ciclo.
Ainda segundo o MPLA/Governo, o Bailundo está bem servido no sector da Saúde. Possui 33 unidades sanitárias, das quais um hospital municipal, seis centros e postos de saúde construídos nas quatro comunas.
A agricultura é dos sectores que mais cresce no Bailundo. O município produz quase tudo e a população é maioritariamente camponesa. No quadro do combate à pobreza, a administração municipal tem apoiado cerca de 94 cooperativas e associações de camponeses, com sementes e fertilizantes, para aumentar a produção e garantir a dieta alimentar das famílias.
O administrador municipal destacou que a prioridade da sua administração estava focada no combate à fome no seio da população. ”Depois do desafio ser alcançado, haverá maior auto-suficiência alimentar e um progresso significativo”, adiantou.
Irineu Cândido prevê que, nos últimos cinco anos, a situação socioeconómica do Bailundo venha a melhorar, com o combate à fome e à pobreza no seio das populações rurais.
A piscicultura, sublinhou, é outro sector em que o município do Bailundo se tem mostrado bastante forte nos últimos anos. Trata-se de um sector no qual tem sido canalizado investimento privado. A título de exemplo, disse, na comuna de Luvemba, há um empresário que desenvolveu um projecto ambicioso, com a colocação de tanques de criação de peixe que tem estado a abastecer o mercado do Huambo e diferentes pontos do país.
Ainda de acordo com o Executivo, a chegada da energia proveniente da Barragem Hidroeléctrica de Laúca mudou a vida dos comerciantes, pelo facto de motivar o ressurgimento de pequenas e médias indústrias, como serralharia, carpintaria e moageiras, tendo reafirmado que o município do Bailundo é um dos que mais beneficiou nos últimos anos,f ruto dos investimentos de âmbito central.
Uma subestação com capacidade de 20 mega watts, ligada ao sistema de Rede Nacional de Electricidade, garante o fornecimento de energia a mais de 130 mil famílias.
Ainda no quadro de novos investimentos, foi, igualmente, inaugurada pelo Presidente da República, João Lourenço, a Centralidade de Halavala, com capacidade de 3.005 apartamentos de tipologia T3.
Estava igualmente em construção o sistema de captação e distribuição de água potável que vai abastecer a vila municipal e os seus bairros, bem como os futuros habitantes da Centralidade Halavala. Em fase de conclusão estava a construção da “Cidadela dos Jovens de Sucesso” e um centro de formação profissional, para a juventude aprender várias profissões.
Também foi lançada a primeira pedra para a construção do futuro Hospital Geral do Bailundo. Com capacidade para 200 camas, a unidade vai ter serviços de hemodiálise e outras especialidades, para evitar que os pacientes sejam evacuados para o Hospital Geral do Huambo.
O administrador mostrou-se satisfeito pelo facto de ver o desenvolvimento do município em vários domínios sociais, mas pede a participação de todos munícipes para que o Bailundo continue a ser uma referência no país. Pediu aos jovens que apostem igualmente na agricultura para que, com o apoio da administração municipal, seja garantida maior produção.
Irineu Cândido apontou a reabilitação das vias terciárias pressuposto fundamental para facilitar o escoamento dos produtos do campo para os centros de consumo.
O soberano da Ombala do Mbalundo mostrou-se satisfeito com o nível de desenvolvimento que o seu município está a ganhar nos últimos tempos, fruto dos investimentos que o Executivo angolano está a desenvolver nas comunidades, com intuito de melhorar a qualidade de vida das populações.
Isaac Francisco Lucas, com o cognome de Tchongolola Tchingonga I, destacou que, com a nova Centralidade de Halavala, muitos filhos do Bailundo e não só, vão concretizar o sonho da casa própria e muitos funcionários públicos, que actualmente vivem na cidade do Huambo, vão deixar de percorrer dezenas de quilómetros e gastos de dinheiro de táxi para cumprir as suas obrigações diárias nas comunas.
A energia eléctrica da barragem de Laúca, realçou o soberano, vai promover o desenvolvimento do empreendedorismo, visto que as pequenas e médias indústrias vão poder funcionar da melhor forma, bem como permitir conservar os frescos e melhorar a dieta das famílias.
Tchongolola Tchingonga I convidou os empresários nacionais e estrangeiros a investirem naquela região, para proporcionar mais emprego aos jovens, pelo facto de possuir muitos terrenos para desenvolver vários projectos agrícolas e a criação de indústrias.
O rei encorajou o Executivo a continuar a implementar o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). “Nós, na qualidade de autoridades tradicionais, vamos ajudar e a pelar as populações à conservação destes equipamentos sociais posto à disposição das comunidades, para evitar que o Estado invista sempre nas mesmas coisas”, garantiu.
Foto: A Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, com o Rei Tchongolola Tchingonga, do Bailundo.